Blog: blog da fabs


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Última modificação em: 27/12/13 - 03:34     Fonte RSS

Carta Aberta ao XPTA.lab

Confesso que, em um primeiro momento, assustei-me com as palavras utilizadas no texto de divulgação. Tanto que comentei com o Paulo Munhoz que estava um tanto receosa sobre o tratamento que a cultura teria através dele. Tenho como princípio que cultura não pode ser tratada como mercadoria, e a redação que li me pareceu ter uma certa tendência neste sentido. Também tenho um entendimento de que dinheiro público deve ser gasto com coisas públicas.

Então para não ficar apenas no campo das idéias, gostaria de elencar alguns exemplos bem sucedidos e sustentáveis do uso de tecnologias livres, pois sei que existe muito FUD sobre a viabilidade destes ambientes.

O primeiro case que cito é o da Suíte 3D Blender. O Blender era um software inhouse da NeoGeo?, empresa holandesa desenvolvedora de games, e tinha seu código fechado. O Tom Roosendaal, mastercoder da ferramenta, resolveu coloca-la no mercado e fundou, com mais algumas pessoas no quadro societário, a Not A Number. Mas a empresa faliu. E a solução que ele encontrou para dar continuidade ao desenvolvimento da ferramenta foi abrir o seu código. Só que como muita gente tinha investido nela, havia uma dívida de 100.000 euros a ser paga. Como a comunidade de usuários acreditou na proposta, em apenas 7 semanas arracadou-se o necessário para que o código do Blender se tornasse público e licenciado como tal, inaugurando aquilo que a Blender Foundation, entidade criada para cuidar do código do Blender, chamou de "The dot org Era":

http://www.blender.org/blenderorg/blender-foundation/history/

A ferramenta então passou a melhorar a passos largos, e seu exemplo se fez tendência, como muito bem ilustra um artigo da slashdot sobre a SIGGRAPH de 2004:

http://features.slashdot.org/article.pl?sid=04/08/22/1721254


O segundo caso que cito é da Caixa Econômica Federal, que utiliza GNU/Linux Debian e confirma que softwares livres podem ser estáveis e confiáveis, podendo ser utilizados em sistemas de complexidade crítica como o de casas lotéricas:

http://estudiolivre.org/el-gallery_view.php?arquivoId=6626


E o terceiro caso é o pioneirismo da ferramenta livre Firefox na implementação da tag

tags: tecnologia, pesquisa, governo, experimentação, edital, xpta.lab, laboratorio

enviada por: fabs em: 00:48 - 23/06    |    permalink    |    comentar

København

Estou em København, linda capital da Dinamarca
situada numa ilha em plena Europa nórdica. Primeiríssimo mundo,
mas longe de ser um paraíso. A imigração em massa de habitantes
do Leste Europeu trouxe para a cidade também sua cultura e sua religião
intitucionalizada (muitos são muçulmanos). Muitos moram aqui há
anos e não falam uma palavra em dinamarquês. Há pouco tempo,
um irmão matou a própria irmã à queima roupa, com um tiro na cabeça,
numa estação de metro na frente de todo mundo, porque ela havia
desonrado a família. Eles preferem ver a pessoa morta a conviver
com ela na desonra. Essa desonra tanto pode se dar por um
simples beijo na boca de um desconhecido quanto por querer
se envolver com alguém de outra religião (recomendo fortemente
que se assista o filme "Before the Rain" que versa sobre este assunto).

Aqui ninguém enche o saco de ninguém, é *muito* cada um na sua.
Chega a dar nos nervos pra quem não está acostumado, pois parece
que eles não conseguem reagir a nada. E também porque se você
reagir com o tipo de pessoa errada, pode se ver em maus lençóis.
Existe um código de hierarquia entre certos grupos de cultura mais
primitiva que também imigraram para cá que permite ao lider deste
grupo fazer o que quiser sem ser incomodado. Quem reclamar,
leva algo em troca, e geralmente estah troca nao eh nada agradavel...

Como diria meu amigo Daniel, na casa de quem estou hospedada,
a Dinamarca eh quase um comunismo. Setenta por cento do que
você ganha vai pro governo como imposto. Em compensação, você
não vê quase nada de pobreza e todos os serviços essenciais
são gratuitos e de muito boa qualidade.

Esta cidade me encantou desde a chegada. Os cheiros aqui são diferentes.
Já eh outono, mas a temperatura ainda te permite sair às ruas. Muitas,
muitas, mas *muitas* bibicletas. Fiquei com saudade da minha magrela.

Vim pra cá dar uma palestra sobre o EL, na aula inaugural da discipina
de midia do Brando LaBelle?, figuraça que conheci em Curitiba graças
a uma articulação do glerm e do otávio camargo para uma exposição
"site specific" em janeiro deste ano. Foi nessa exposição que rolou
a primeira panelada de dados puros cozidos. Naquela época, Brandon
parecia um tanto "indeciso", e não conseguia interagir muito bem
com as propostas caóticas da turma do tudoaomesmotempoagora.
Agora eu entendo um pouco melhor pq ele era tao ressabiado.
A Royal Danish Academy ainda eh uma escola muito "tradicional".
E o muy loco de la cosa eh que eh o proprio Brandon que estah
se propondo a mudar isso. Hoje fui eu que ele chamou a instigar
os alunos. Daqui a um mês, será um artista daqui da dinamarca
que usa puredata. Pois é...

Bem mas na real, o muy loco de la cosa não é isso.
É estar na audiência Gabriela, intercambista colombiana que
fascinou-se com nosso trabalho e quer muito fazer um projeto
em conjunto.

Duas garotas do terceiro mundo, tiveram de ir ao primeiro
para se encontrar. Isso sim eh muy loco.

E olha, tenho fé que isso vira. Tenho certeza de que
não foi a toa que nossos caminhos se cruzaram.

Segue abaixo o email dela.




From: Gabriela Torres
Date: Oct 4, 2006 1:00 PM
Subject: proyecto para Colombia
To: fabs@estudiolivre.org

Hola Fabianne,

Primero que todo quiero decirte que me encanta el trabajo que estás
haciendo, me parece buenísimo haberte conocido y a continuación te
mando las ideas que se me han ocurrido, estoy esperando de que con tu
experiencia y mi conocimiento de la situación en Colombia, podamos
sacar algo muy bueno de esto.

En primer lugar, pienso en la fundación con la que te comenté he
estado trabajando como voluntaria desde hace algunos agnos. El link es
www.promesa.org.co
si quieres ver más específicamente los proyectos, entra a la sección
de actividades y allí los más compatibles con estudio livre son el de
la ludoteca y el de ayuda a los colegios rurales. El problema más
grande que tenemos es que es muy costoso el acceso a internet desde la
región.

Por otro lado, está el movimiento social con el que estoy trabajando.
La idea que tenemos es hacer de la política una obra de arte y a
través de esto buscamos involucrarnos en proyectos que ayuden a la
construcción de la ciudadanía y de la democracia, la idea del acceso
de todos a la tecnología es muy democrática y por esto creo que es un
proyecto que puede ser llevado a cabo en conjunto con Visionarios.
Además de esto, tenemos dentro del movimiento mucha más capacidad de
acceso a regiones pobres dentro de las ciudades y tal vez, más
probabilidades de encontrar una población más grande para trabajar.

Finalmente, me acordé que mi mamá solía trabajar para Colgate
palmolive, que es una de las multinacionales que recoge computadores
viejos para las escuelas pobres, así, que con la ayuda de las amigas
de mi mamá que todavía trabajan en colgate, podemos identificar
poblaciones y donaciones para implementar el proyecto, o incluso pedir
donaciones para poblaciones identificadas por nosotros.

Por el lado de la universidad, encontré que hay en la facultad de
administración un organismo dedicado a la iniciativa en
emprendimientos sociales link:
http://administracionf.uniandes.edu.co/ieso/
Y también está la posibilidad de entrar en el concurso para ver si
podemos tener fondos.

A partir de estas ideas no se cual sería un plan de acción, creo que
primero contactar a las fuentes y después ver como se puede
organizar... por favor cuéntame que piensas que debe ser el plazo a
seguir y como debo involucrar a los distintos organismos.

Quedo a la espera de una respuesta

Gabriela


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enviada por: fabs em: 13:46 - 05/10    |    permalink    |    comentar

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