1º EPdBr (Primeiro Encontro Pd Brasil) - 1º a 5 de Maio 2008, IBRASOTOPE-São Paulo
O Primeiro encontro do software livre de criação multi-mídia Pd (puredata -
http://www.organismo.art.br) ocorrerá na primeira semana de maio.
O software Pd é voltado a performances ao vivo de música e multimedia, e desenvolvimento de aplicativos. O desenvolvimento conta com a colaboração de muitos artistas/pesquisadores/programadores mundo afora. Pd é gratis e roda em Sistemas Operacionais Linux, Macintosh, e Windows. Essa ferramenta tem sido adotada para implementar diversas peqsuias em Universidades Brasileiras, como se visa apresentar no encontro. O evento deve agregar interessados, usuários, e desenvolvedores para fomentar o uso e participação de brasileiros no desenvolvimento de Pd.
O evento sucederá uma série de Palestras e Cursos de Base de Puredata ( a começar na segunda quinzena de Abril, maiores informações em:
http://www.estudiolivre.org/tiki-index.php?page=oficinas_base_PD_SP )
Dando continuade após o evento, as oficinas seguirão módulos mais avançados, dependendo dos desdobramentos das atividades aqui iniciadas, ecos do evento poderão se manifestar na permanência dos Convidados Alexandre Castonguay e Mathieu Bouchard uma semana após, que devem também apresentar seus trabalhos na USP e em outros congressos paralelos. De modo que, devido à demanda dos participantes, o encontro em si pode se estender em atividades extras por mais uma semana. Miller Puckete, criador do software, também confirmou uma teleconferência de uma comunicação sua sobre desenvolvimento no Pd.
Interessados em mostrar trabalhos artísticos e de pesquisa devem contactar o chair do evento - Alexandre Torres Porres (porres@gmail.com).
Além de palestras, troca de informações, mesas redondas, e ponto de encontro sobre pd, discutiremos, acima de tudo, a viabilização do evento internacional a ser sediado no país. O Evento contará com atividades que incluem, principalmente, os Workshops dos Canadenses Alexandre Castonguay e Mathieu Bouchard.
Miller Puckette (http://crca.ucsd.edu/~msp/) confirmou sua presença virtual via teleconferência pela internet, em uma comunicação/palestra ainda a ser melhor definida sobre o estado atual do Pd, seus problemas, e projeções futuras.
O principal foco é o intercâmbio de pesquisa e criação por meio do Pd, e tem como objetivo discutir a viabilização de futuros encontros regulares para levar esse foco adiante, assim como a organização de uma convenção internacional no Brasil. A Página do projeto se encontra em
http://www.estudiolivre.org/tiki-index.php?page=Encontro%20PD
A participação dos candenses Alexandre e Mathieu é importantíssima, pois os mesmos participaram da organização da Convenção internacional anterior no Canadá. Ambos são membros do Centro de artistas visuais e mediáticos
Artengine (http://artengine.ca).
Ver Biografia Resumida dos Participantes e Organizadores
Convidados
Miller Puckette
http://crca.ucsd.edu/~msp
Miller Puckette é graduado em Matemática pelo MIT (1980) and Ph. D. em Matemática por Harvard (1986). Ele foi membro do MIT' Media Lab de sua fundação até 1987, depois pesquisador no IRCAM (l'Institut de Recherche et de Coordination Musique/Acoustique, foundado pelo compositor e regente Pierre Boulez). No IRCAM, Miller desenvolveu o programa MAX para computadores MacIntosh
?, primeiramente distribuído comercialmente pela Opcode Systems em 1990 e agora disponível pela Cycling74.com. Em 1989 Puckette integrou o time "musical workstation" do IRCAM's e agregou uma versão estendida do MAX, chamada Max/FTS, para o sistema ISPW e comercializada pela Ariel, Inc. O time “real-time development” do IRCAM reimplementou e estendeu esse software sob o nome de jMax, que é distribuído de graça com o código fonte. Em 1997, Puckette se juntou ao Global Visual Music project, e desde 2004 se apresenta com o grupo “The Convolution Brothers”.
Puckette se ligou ao Departamento de Música da Universidade de Califórnia de San Diego em 1994, e é agora Diretor Associado do Center for Research in Computing and the Arts (CRCA). Atualmente tem trabalhado no desenvolvimento de um novo software de para performances ao vivo de música e multimedia, o Puredata (Pd). O desenvolvimento conta com a colaboração de muitos artistas/pesquisadores/programadores mundo afora. Pd é gratis e roda em Sistemas Operacionais Linux, Macintosh, e Windows.
Alexandre Castonguay
http://subsol.c3.hu/subsol_2/contributors3/castonguaybio.html
http://artengine.ca/acastonguay
Alexandre Castonguay mora em Hull, Quebec e é o diretor Artístico da Artengine, um centro auto organizado em Ottowa que produz e difunde arte na internet. Ele é um artista cuja prática se baseia em mídias fotográficas e digitais, e seus trabalhos se encontram nas coleções do Museu de Arte do Condado de Los Angeles (USA), no Canada Council Art Bank, no Musée d'art contemporain de Montréal, e também atualmente em mostra no Musée d'art contemporain (Montréal), no Montreal Museum of Fine Arts, além do Paço das Artes, na USP, a partir de maio.
Alexandre Castonguay ganhou a bolsa de pesquisa McConnel
? da Universidade de Corcordia e é Visiting Professor na Universidade de Ottawa. Como desenvolvedor de Pd, Alexandre desenvolveu, em parceria com Mathieu bouchard, a biblioteca Gridflow, de manipulação de Video.
Mathieu Bouchard
Programador e desenvolvedor de Softwares, Bouchard é o responsável pela programação em C++/Ruby do
GridFlow, e também desenvolve o Desiredata (em parceira com Chun Lee), uma ramificação do Pd.
Natural de Îles-de-la-Madeleine (Québec), nascido em 1978, Mathieu Bouchard é um programador envolvido em Media Arts desde (…). Começou em 1983 com uam Radio Shack 6809 ("Color Computer"), com o qual era fácil gerar acidentalmente filmes a là Norman McLaren
?. Em 1996 fez algumas das primeiras contribuições à 256 byte computer animation art form (em demoscene). Desde 1997, esteve ocasionalmente envolvido com exibições em galerias e outros eventos artísticos, mais frequentemente com Alexandre Castonguay, mas também com Andrée Préfontaine e Marc Fournel.
A partir de 2001, Mathieu adota o uso de linguagens de programação baseadas em DATAFLOW, como Puredata, para elaborar instalações de arte. Desde então tem também desenvolvido seu próprios PlugIns
?, como a biblioteca
GridFlow. Mathieu Bouchard vive em Montréal (Québec) desde 1998 e possui graduação em Matemática pela Université de Montréal (2004).
Régis Faria
http://www.lsi.usp.br/~regis/
Engenheiro Eletrônico pela UFMG (1990).
Mestre em Engenharia Eletrônica pela Escola Politécnica da USP (1997).
Doutor em Engenharia Eletrônica/Sistemas Eletrônicos na Escola Politécnica da USP (2005).
Músico Instrumentista (flautista). Estudou teoria musical básica com o maestro Rogério Moreira Campos, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Flauta Transversal com Karen Louis Currie de Carvalho (Viçosa, MG).
Glerm
http://www.organismo.art.br/glerm/
Organizadores:
(Main Chair) Alexandre Torres Porres - Músico, Compositor e Pesquisador. Mestre em composição pela UNICAMP. Áreas de interesse ae atuação: Música Computacional e Eletroacústica, Percepção, Música e Tecnologia, Música experimental. Atualmente cursa doutorado na USP em computação musical. Seu projeto de pesquisa atual é o desenvolvimento de aplicativos computacionais de análise (representação) e criação (manipulação) sonora.
(Second Chair) Ricardo Palmieri (aka VJ Palm) – Desde 2001, arquiteto e pesquisador de arquiteturas interativas. Já apresentou trabalhos de video-performance em eventos como FILE, Virada Cultural, MIS-SP e em unidades do SESC-SP. Palm trabalhou como pesquisador e oficineiro de multimidia com software livre para o MINC, e atualmente é consultor de mídias interativas para publicidade.
Apoio:
IBRASOTOPE,
USP
Teleconferência com MILLER PUCKETTE (1 DE MAIO):
Conteúdo a ser melhor definido.
Tópico:
A comunidade mundial de desenvolvedores de Pd, problemas atuais e projeções.
CURSO DE GRIDFLOW (2 A 4 DE MAIO):
Curso de Gridflow (2 a 4 de maio)
Ministrantes: Mathieu Bouchard e Alexandre Castonguay
Ementa
Sobre Gridflow
http://gridflow.ca/
Preço: 150 Reais (de graça aos participantes dos cursos preparatórios:
http://www.estudiolivre.org/tiki-index.php?page=oficinas_base_PD_SP - entre em contato para mais informações)
Ferramenta desenvolvida como biblioteca de puredata para maniulação de vídeo. O workshop, com duração de 3 dias, será um curso relâmpago para uso dessa ferramenta com exemplos práticos pelos seus desenvolvedore (Alexandre Castonguay & Mathieu Bouchard) - Vide Programa do Curso no item Abaixo!
Programa da Oficina/Mini Curso de Gridflow:
Sobre Gridflow
http://gridflow.ca/
Ferramenta desenvolvida como biblioteca de puredata para maniulação de vídeo. O workshop, com duração de 3 dias, será um curso relâmpago para uso dessa ferramenta com exemplos práticos pelos seus desenvolvedore (Mathieu Bouchard & Alexandre Castonguay).
Programa do Curso de GridFlow?
O curso já foi ensinado em formatos de até 25 horas, como no programa disponível em
http://wiki.dataflow.ws/AtelierVideo , em um curso de 5 dias.
Como parte do programa desse curso é sobre PdGEM, esse conteúdo pode ser enxugado, pois haverá um curso de PdGEM de três dias que antecedem o evento ministrado por Ricardo Palmieri (27 a 30 de Abril), dentro da série de cursos básicos de Puredata a partir da segunda quinzena de Abril (mais informações em ) Da mesma maneira, o item Zero do programa também será dado nessas oficinas:
0. Revisão de
PureData (que será visto em oficinas anteriores)
0.1. dataflow, objetos, inlets, outlets, connecções
0.2. mensagens, átomos, floats, symbols, listas, bangs, seletores
0.3. methods, classes, creators, objectmaker
0.4. Sintaxe do Pd, virgulas, ponto e vírgula, cifrão
0.5. Ordem de outlet, ordem de conexão (ou falta de)
0.6. Apanhado de classes importantes de objetos
0.7. Subpatches e abstrações
0.8. Sinais
1. Canais, Cores e Espaços de Cores
1.1. RGB
1.2. Y (Escala de conza)
1.3. YUV (luma+chroma, opponent system)
1.4. hue, saturation; HSV vs YUV
1.5. alpha: RGBA, YA, YUVA, ...
1.6. A Geometria de Espaços de Cores
1.7. clipping
1.8. operações Lineares Versus não lineares
1.9. gamma
2. Imagens e grids
2.1. Lista de dimensão: linhas, colunas, canais, etc.
2.2. index list (complete and partials)
2.3. index dimensions vs value dimensions
2.4. dimension index
2.5. number types
2.6. grid execution order e overlapping
3. Analogias e morfismos (com
#remap_image)
3.1. isomorfismo
3.2. side cross connect (objetos como parâmetros de objetos)
3.3. colour brightness e image displacement
3.4. colour contrast e image scaling
3.5. hue shift e image rotation
...
4. filtros e Teoria de Sinal
4.1. Sinal vs noise
4.2. Filtros FIR vs IIR
4.3. Espaço vs Tempo
4.4. Periodicidade e Freqüência
4.5. Diferença de frame
4.6. Filtros IIR
4.7. Convolution (em relação ao espaço)
4.7.1. Filtro Unit Sum
4.7.2. Filto Convexo (passa baixa), Uniform e Weighted Blur
4.7.3. Filtro (X,Y) Separável, Filtro Isotrópico
4.7.4. Gaussian Blur
4.7.5. edge detectors (passa alta): derivativos, laplaciano
4.7.6. blurry detectors: sobel, prewitt
4.7.7. polar transforms em edge detection
4.8. Decomposição Espectral (FFT)
4.8.1. Freqüências Espaciais (bidimensionais)
4.8.2. O Teorema de Convolução (Como Fazer Grandes Convoluções Rápidas)
4.8.3. deconvolution, cross-correlation e auto-correlation
5. Extra
5.1. #moment
5.1.1. Teorema da Probabilidade (não somente probabilidades ou chance)
5.1.2. Média de Posição (y, x) em uma imagem
5.1.3. Variância de Posição (yy, xy, xx)
Sessão Demonstrativa: HACKINTABLE (A Definir):
PALESTRA DE DESIREDATA (A DEFINIR):
Palestra de Desiredata (a definir)
Ministrante: Mathieu Bouchard
Ementa
Sobre Desiredata
http://www.piksel.no/pwiki/DesireData
Essa palestra discutirá o desenvolvimento de uma ramificação do puredata, o desiredata. Mais que um curso, serão apresnetadas questões atuais sobre o desenvolvimento dessa ferramenta, o que servirá de exemplo e laboratório para possíveis futuros desenvolvedores de software livre.
PALESTRA DE OPENAUDIENCE (2 DE MAIO):
Palestra de OpenAUDIENCE (2 de Maio)
Ministrante: Prof. Dr. Regis Faria
Ementa
O OpenAUDIENCE é uma versão livre de um software para áudio imersão, produção de cenas sonoras e auralização 3D, sendo desenvolvido colaborativamente dentro do contexto e metas do projeto AUDIENCE.
O sistema - No formato atual o software consiste num conjunto de bibliotecas de blocos funcionais e patches desenvolvidos sobre a plataforma de programação gráfica Pure Data (PD), disponível para Win32, Linux e MAC OS X. Esta plataforma é versátil e bem flexível para permitir o desenvolvimento de aplicações de complexidade escalável e reconfiguráveis. A figura abaixo mostra um trecho de um patch contendo uma cena sonora virtual com 6 fontes sonoras dispostas no ambiente (cena) e ao redor do ouvinte.
Maiores informações em
http://openaudience.incubadora.fapesp.br/portal/front-page/view?set_language=pt-br
Workshop ARTESANATO DIGITAL (a definir)
Workshop "ARTESANATO DIGITAL" (a definir)
Ministrante: Glerm
Ementa
A oficina proposta tem como objetivo principal desenvolver jogos lúdicos de construção de interfaces para construção de novas linguagens e meios de expressão poética.
Para isso traremos também para dentro do campo da experimentação artística o artesanato da eletrônica e da computação, conhecimentos que muitas vezes são considerados apenas "ferramentas técnicas" para atingir tais metas.
Com uso de interfaces e métodos que utilizam "software e hardware livres" de código aberto podemos trabalhar toda a matiz de idéias que surge quando a computação e a eletrônica passa a ser algo como as tintas de um novo quadro a ser pintado ou os acordes de uma música a ser composta.
Tópicos:
- Uso de software livre como ferramenta artística.
- Software
PureData.
- Midi, OSC, HID(joysticks), Rede, microfone, webcam, ascii.
-
Navalha: um exemplo prático de construção de interface para performances artísticas com
PureData.
-
Projeto Arduino: Um projeto de "hardware livre" para conversão de voltagens em protocolos de comunicação computacional e construção de projetos simples de microeletrônica.
- Eletrônica Básica.
-
Artesanato de eletrônica: Pensando a construção de placas e pequenas máquinas computacionais artesanais baseadas no projeto arduino. Uso dos softwares de projeto de placas de circuito impresso Eagle e Kicad. Uso do Atmel na Protoboard e processos de manufatura de placas.
-
Técnicas e bibliotecas do PureData: Reconhecimento das vastas possibilidades de uso do
PureData e algumas técnicas possíveis com seu uso.
-
Interfaces software-hardware: Unindo um projeto de interface hardware desenvolvido nos módulos anteriores com um projeto de software desenvolvido no Puredata.
Comunicação ViMus? (A DEFINIR):
ViMus (Interface de Caixa Aberta para Linguagens Multimídia de Tempo-real) Avanços de uma interface 3D que pode ser usada pra controlar o Pd.
Ministrante: Jarbas Jacome
Resumo:
A popularização das artes mediadas por computador e, em especial, do visual-jóquei (VJ), estimula o desenvolvimento de novos sistemas multimídia de tempo real. Esta demanda vem sendo atendida por programas específicos para o controle de exibição de vídeos e efeitos como Resolume, ArKaos
? e diversas variantes; e com linguagens de programação visual como o Pd/GEM, Max/MSP/Jitter e diversas variantes.
Entretanto, existe um compromisso entre usabilidade (facilidade de uso) e expressividade (limite técnico para se criar novos efeitos e funcionalidades) que ainda não é bem resolvido nestes sistemas e se torna problemático para muitos usuários como confirmado a partir de entrevistas respondidas por VJs.
Este trabalho tem duas contribuições principais. A primeira é um estudo analítico e original das tecnologias existentes, incluindo desafios de arquitetura para processamento audiovisual em tempo real. A segunda contribuição é o desenvolvimento do sistema ViMus
?, que introduz o conceito de "interface gráfica de caixa aberta" na tentativa de amenizar o problema de compromisso entre expressividade e usabilidade, fazendo uso de interfaces análogas às dos sistemas mais simples, porém pouco expressivos, como Resolume e oferecendo, gradativa e intuitivamente ao usuário, o acesso a uma máquina de processamento análoga à dos sistemas mais expressivos, porém mais difíceis de se aprender a usar, como o Pd/GEM.
Trabalhos Artísticos:
Mostras de trabalhos artisticos
Henrique Iwao e Tiago de Mello
Abismo da Consciência / Ultraviolence -
2008
Tiago de Mello & Henrique Iwao: cabos, laptops, microfone. Improviso entre 25 e 45 minutos.
Wilson Sukorski
A ao Quadrado
A TEIA (Grupo Muro, Sábado dia 3 20h)
O projeto como um todo baseia-se na idéia de “captura”, da simples captação de sons via microfones até o aprisionamento de imagens da própria performance. Esse processo de captura é construída na frente do público, por meio da criação de uma "teia" formada por fitas adesivas, no centro de um palco, apoiada por uma estrutura em forma de cubo e fixa no chão. No fundo desse espaço cênico que se constrói aos poucos há uma grande tela onde são projetadas imagens. Dois performers iniciam a composição da teia, ao vivo, tecendo-a entre as estruturas, ao mesmo tempo em que enviam, via microfones afixados nos pulsos, os sons produzidos pelo desenrolar das fitas. A construção sonora é formada por esses sons que são amplificados e processados em tempo real com auxílio de um software especialmente desenvolvido no ambiente Pure Data. A performance segue um roteiro específico em que alguns sons brutos (sem nenhum tratamento) vão sendo gradualmente processados até se transformarem em texturas de grande densidade, redefinindo e impondo ambigüidades à relação referencial entre imagem e resultado sonoro. A partir de determinado momento, os sons adquirem caráter estático – congelam-se num efeito de freezing – numa referência à função de "captura". A partir daí, a silhueta da própria teia formada durante a performance é superposta a imagens a imagens capturadas em instantes anteriores, criando um atrito entre o resultado do processo e a história desse processo. Tal procedimento gera uma ilusão de “movimentação” na teia na medida em que a imagem vai gradativamente se revelando, embora de fato ela permaneça estática à frente da tela. A performance é concluída com um fade-in gradual, quando a imagem de fundo mistura-se com a silhueta da teia à frente. A concepção sonora aqui não vai em direção a uma improvisação com os sons complexos da fita, mas busca uma abstração da condição musical do som, concentrando-se na construção de um emaranhado de elementos, na qual fita, som da fita e imagem projetada constituem uniformemente a Teia.
Brian Holmes
www.bryanholmes.net /
www.myspace.com/bryanholmes
Eletroacústica: ULTRAMAR
Composta com patechers de análise/resíntese e a modificação de um patcher de reverb. A peça utiliza apenas sons extraídos de uma mensagem telefônica, de voz feminina, gravados com um microfone de computador de R$5. Estes sons foram processados com Pd, Csound e outros softwares com tal de enriquece-los e para que tomassem uma forma não-semântica, mas musical.
Duo Renato Fabbri & Gilson Beck
A dupla desenvolve apresentações de live-eletronics com duração
típica entre quarenta minutos e uma hora, utilizando somente software
livre em plataforma Linux. Ao longo do discurso, é utilizado um
framework onde diversas ferramentas, com ênfase no Pure Data, são
interligadas através do JACK. Além da síntese, que envolve pesquisa de
estruturas musicais simétricas e controle através do Pure Data, o duo
trabalha com manipulação de gravações diversas, que incluem ambientes
públicos da cidade de São Paulo e depoimentos de imigrantes estrangeiros.
Sobre os Músicos:
Os músicos trabalham juntos com improvisação desde 2005. No início,
concebiam trilhas sonoras para cinema mudo com meios eletrônicos, com
auxílio de improvisos envolvendo objetos do cotidiano. A partir de
2006, eles passaram a desenvolver improvisação utilizando computadores
para manipulação sonora em tempo real.
Renato Fabbri concluiu a graduação em composição pela Unicamp no final de 2007. Atualmente cursa mestrado em Engenharia Elétrica, pesquisando processamento digital de sinais. Em paralelo, desenvolve métodos para a construção de estruturas musicais através de modelos matemáticos de simetrias no NICS (Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora) da Unicamp.
Gilson Beck graduou-se em composição pela Unicamp no final de 2006. Além de produtor cultural e performer de música eletroacústica mista com grupos de instrumentistas, é também compositor de peças instrumentais e de trilhas sonoras para espetáculos de dança e teatro.