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Lançamento da semana!


Clã Nordestino!




O grupo maranhense de rap Clã Nordestino foi eleito a banda revelação de 2003 com o disco "A Peste Negra" durante o Hutus Rap Festival. Com faixas produzidas por MV Bill, KL Jay, Rappin Hood e produção fonográfica de Face da Morte Produções, o disco traz Negro Lamar, Preto Ghóez, Nando, Lilian e DJ Juarez em grande estilo.




De outubro a dezembro de 2005 o Clã estará na França para divulgar seu trabalho. Confira com exclusividade a agenda da banda e as faixas "De longe" e "930", produzidas pelo Estudio Livre:


930
letra e voz: nando


De Longe
letra e voz: nando





Em breve as faixas do 1o disco do Clã Nordestino estarão disponíveis aqui no Estudio Livre.





Veja abaixo, entrevista com Nando, vocalista do Clã Nordestino

(Por: Nitro DI, retirado de www.adversus.com.br)





Nando - Eu sou o Nando vocalista do Clã Nordestino, grupo de Rap de São Luis do Maranhão. Primeiramente, pra nós é muito importante estar aproveitando esse espaço tipo site, jornal, enfim, vários barato pra gente poder divulgar o trabalho do grupo. A gente só tem a agradecer a oportunidade aí do site Adversus, convidando nós pra falar, poder trocar uma idéia. Vamo que vamo.

ADVS - Como começou a correria do Clã no Nordeste?

Nando - Então, mano, por incrível que pareça a gente já curti Rap desde 94. O pessoal acha que porque é nordeste, o Hip Hop chegou por lá só agora, mas assim, antes de existir o Clã Nordestino existia um grupo chamado "Navalhas Negras", que era um grupo do Maranhão que na verdade é o mesmo Clã hoje, é a mesma formação. Aí, a gente resolveu mudar de nome. Entre 98, 99, passamos a nos chamar Clã Nordestino. O Clã hoje são cinco pessoas: eu, o Góis, a Liliam o Dj Juarez e o Lamartine.

A gente fez nosso primeiro disco agora, depois de quase 15 anos de correria, de militância, de discussão, de muita música, sempre ouvindo várias coisas que você vai guardando, vinil essas coisa, pra futuramente você poder usar. Em fevereiro de 2004 fez um ano que nosso disco está na rua, intitulado A Peste Negra, já que a gente faz uma alusão à gripe espanhola que aconteceu no século XIV, que dizimou milhares de pessoas, e a gente vem na contra mão da idéia. A gente vem como o vírus da informação, você ouve e se contamina pela informação. Produção Independente mesmo, fomos pra São Paulo em 2001, pra fazer as bases e a gente colou com alguns camaradas do Rap, reconhecidos nacionalmente como: KL Jay, a gente colou na humildade com ele quando o Racionais foi tocar em São Luis do Maranhão e ele falou – o dia que vocês forem fazer o disco a gente está aí pra dar uma força. Lançamos o disco com produção dele, do Clodoaldo Arruda, que é do grupo de São Paulo chamado Resumo do Jazz, um cara que tem uma sacação boa, tem bastante idéias minhas e do Lamartine. Levamos muita coisa na bagagem, muito vinil sampleamos vários baratos. Contamos também com a Força do MV Bill. Toda vez que esses caras colavam em São Luis a gente falava que não temos produtor especifico de Rap lá no Maranhão, e a gente ia ter que contar com eles pra produzir o disco.

O disco tem várias participações: o pessoal do Záfrica Brasil, que é o Buia e o Gaspar; tem o Lacker do Código Fatal; tem uma cantora de Reggae do Maranhão chamada Célia Sampaio; o Ice Men, que é de um grupo Conceito Moral do Capão Redondo lá de Jardim Comercial (SP) chamado pra cantar com nós, e rolou uma participação especial do Zeca Baleiro, que é o cara que faz MPB e é Maranhense, nosso conterrâneo. Ele colou junto e produziu 2 músicas e tá cantando com a gente. De certa forma a gente foi até privilegiado com tudo isso que rolou.

Fizemos uma tiragem de 2.000 discos. E quando você lança um disco independente, que de Independente só tem o nome (porque depois que você vende seus discos só serve pra pagar produtor, débitos de 2 anos atrás), e você vai ver o que sobra é nada. Não sobra porra nenhuma pra você poder fazer mais discos. Agora, até o final de maio devem estar saindo mais umas 3.000 cópias. E aí é isso, a gente nunca desistiu, dificuldade foi total, nunca desacreditou disso: fazer um disco e ele ser um veículo de informação, não é um fim, é um meio.

ADVS - Vocês se identificam com o corre que é feito aqui no sul, qual é a conexão aqui?

Eu acho que todo o contato que a gente puder ter com grupos de Rap, grupos do Movimento Negro, enfim, principalmente na música, a gente tá falando é de música, é importante quando você conhece vários caras, você troca idéias, faz amizades, vai pra vários lugares. O contato quem firmou aqui foi o Lamartine, que é do Clã também, que vem pra cá há mais tempo. Eu é a primeira vez que venho, conheço o Amarelo, o Da Guedes, as mina da Fênix Cultural, agora você, Nitro. Isso só acumula força. Você sai do seu estado e vai pra outro, tem que conhecer o trabalho que é feito por lá, respeitar, tá ligado? O Hip Hop só vai pra frente fazendo isso, né mano?! Respeitando a adversidade, independente do que você gosta ou não, tem que estar aí pra construir.. O Hip Hop aqui parece ser bem mais forte do que Norte/ Nordeste, quem ganha é o Hip Hop. Se você for à Bósnia tem Hip Hop, na Palestina também. O Clã já foi pra Itália, França, a gente desenvolve um trabalho com uma ONG. Estivemos por lá trocando idéia, fazendo oficina, intercâmbio, e você vê que é Rap do mesmo jeito. É o povo, é o Preto, é o pobre que tá ali rimando, dançando fazendo graffiti.

ADVS - Onde reside o Clã hoje em dia?

Agora o Clã tá residindo em SP. É até bom falar... Tem muita gente que fala que o Clã se vendeu, que foi pra lá pra assinar com Multinacional, pra ficar de quatro por capitalismo e isso não existe! O Clã continua sendo os mesmos caras. Se falaram que a gente se vendeu eu quero meu dinheiro então né, mano!?! E não adianta mano, tem que reconhecer que o Rap começou lá, querendo ou não é lá que acontece o mercado. Tem possibilidade maior de tocar, adquirir uma maior visibilidade do cenário nacional. Mas assim, não estamos em SP pra ficarmos e esquecermos o Maranhão. A gente está lá pra "passar uma chuva". Tá eu e o Góis. Tem os parceiros que é o Ritson do Gueto que é do grupo Extremamente (do Jardim Jaqueline), tem o Léo, o Dj Estrofe que é do Kafka, os caras que dão forca pra nós.E tem a Célia Sampaio, cantora do Maranhão com um puta talento e está em SP e substitui a Lílian. Logo estamos voltando pra nossa terrinha que é o lugar, a raiz.

ADVS – Colocação final Nando.

Vamos valorizar a música brasileira. O grupo americano De la Soul veio pro Brasil e sampleou o Tom Zé que é um puta cara. Os brasileiros querem ouvir 50 cents, esses bagulhos que não viram.

Valorização total e absoluta da música Brasileira! Temos uma música muito rica e a gente não sabe usar, no Clã misturamos Hip Hop com Bumba-meu-Boi?, Rap com Reggae, Rap com tambor de Criola, com Cacuria, com rítimos do Maranhão. Tem um grande exemplo que é o D2, um puta disco, pra mim é o melhor que saiu nos últimos 5 anos, som, idéia, tudo....

Valorizem a musica brasileira, por favor!

Por: Nitro DI


Veja os lançamentos anteriores!



George Bush Doesn´t Care About Black People

A base é Kanye West, o remix é de The Legendary K.O., mas na verdade a base original é do Ray Charles...



Última alteração: 22/11/2005 às 14:19, por: criscabello