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Gravação, edição, mixagem e masterização


Botando o estúdio para funcionar.

(veja também: Áudio Básico - RadioLivre - MIDI



Em busca da textura perfeita


Gravando, editando, mixando e masterizando com software livre

Depois de analisar o caminho de entrada e saída do som de seu computador em AudioBasico, é hora de utilizá-lo como ferramenta de trabalho para produção sonora. Este processo é dividido em quatro partes:

  • gravação
  • edição
  • mixagem
  • masterização

Existem diversas alternativas em software livre para produção em áudio. Alguns com interfaces gráficas bastante "leves" – para computadores com baixo processamento – como os softwares Ecasound, SoX, SoundTracker?, Sweep e mesmo o Audacity, que realizam tarefas básicas de gravação e edição.

Existem também opções de programas sequenciadores (sequencers), ou seja, softwares que colocam um conjunto de sons (samples) numa ordem e num ritmo. Geralmente são utilizados para fazer bases de bateria, apesar de seu uso ser bem flexível. Afinal, o que importa é a criatividade com a qual se usa a ferramenta.

Samples são amostras sonoras de um instrumento qualquer, de um som das ruas, ou mesmo de um trecho de música que pode ser utilizado como uma base de timbre para um novo instrumento.

Dois softwares interessantes para iniciar-se na arte do sampler no software livre são Specimen (sampler musical controlável via MIDI) e o Hydrogen.

Uma opção de programa sequenciador bastante "leve", porém com uma interface um tanto "dura", é o Freebirth, que permite fazer excelentes bases de bateria, além de um potente baixo com controles de frequências.

Um pouco mais "pesado", mas de excelente qualidade, é o Hydrogen. Este programa utiliza quatro janelas:

- O editor de instrumento permite carregar diferentes timbres de um banco;
- A mesa de som que simula os canais com controle de volume, pan e efeitos de cada um dos instrumentos;
- O editor de padrões que sequencia esses instrumentos dentro de compassos;
- E o editor da música, que ordena esses compassos ao logo da música.


Gravação


Ao escutarmos uma música temos a impressão de que @s músic@s estão tocando todos juntos, quando na maioria das vezes (exceto no caso de uma gravação ao vivo) a gravação é realizada em momentos e, muitas vezes, em países diferentes. Isso é possível por causa dos programas que gravam em pistas independentes entre si, permitindo também o maior controle sobre o material capturado.

Nesse caso, não se deve confundir esses canais virtuais com os canais reais de sua placa de som. É impossível, por exemplo, captar os cinco canais de uma bateria independentemente se a placa tiver somente duas entradas.

Esta primeira fase da captura do som exige um bom uso de interfaces de gravação e edição. Para isso, como em todo o processo de produção, o conhecimento de softwares como Ardour, Rosegarden, Rezound ou Audacity é essencial.

Além disso, o endereçamento correto da entrada da sua placa de som e os programas, que podem ser feitos com o software Jack, podem ajudá-lo a fazer alguns "cabeamentos virtuais" bastante úteis como uma base feita no Hydrogen ser gravada pelo Ardour, por exemplo, ou no uso de compressores virtuais para corrigir diferenças extremas de volume na hora de uma gravação de uma bateria.

Algo importante a ser notado durante o processo de gravação é que esse é o momento de produção da matéria-prima do trabalho, além de ser a fixação e a eternização de um momento. Deve-se, portanto, estar com o ouvido afinado e manter o silêncio evitando o vazamento de ruído externo durante a captura do som.

Veja o tutorial: Capturando áudio com Jack e Ardour


Edição


Depois de gravado o material bruto, passamos para a mesa de cirurgia para a edição: Corrige-se o que pode ser corrigido e recorta-se o que não vai ser utilizado. Trabalha-se cada faixa separadamente, num trabalho bastante visual sobre a onda sonora reproduzida pelos programas, corrigindo algumas clipagens e privilegiando alguns instrumentos em detrimento de outros em determinados momentos. É uma forma de valorizar os sons gravados.

Uma guitarra não precisa ficar "na frente" a música toda. Construindo uma textura sonora em que os instrumentos sejam valorizados ela deve surgir e sumir num momento adequado para não brigar com a voz, por exemplo. A máxima de que "menos é mais" serve perfeitamente para esta ocasião.


Mixagem


Mixagem é o trabalho de mistura dos sons que foram capturados em canais diferentes. Nesta fase é muito importante aguçar a percepção para a importância entre os diferentes sons que estão sendo misturados.

Este aspecto essencial da edição é o cuidado com a "textura" sonora: o timbre.

Acostume-se com a palavra "espectro".
Espectro sonoro é a distribuição, no domínio das freqüências, do conjunto de todas as ondas que formam um som.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_sonoro

Em áudio isto seria como uma paleta de cores primordiais, como as cores básicas do arco-íris. O ouvido humano reconhece freqüências de 20hz até 20.000hz aproximadamente, sendo 20hz a freqüência mais grave escutada pelo ouvido humano e 20khz, a mais aguda. O controle dessas freqüências pode ser feito pelos equalizadores - interfaces essenciais para encontrarmos e regularmos o timbre ideal que procuramos.

Faça o teste para reconhecer o que vai do grave ao agudo zerando seu equalizador e aumentando freqüências diferentes do "espectro" em um equalizador.

Faça testes de equalização neste tutorial do Estúdio Livre:

Equalização e percepção de timbres

Mas nem só de equalizador se faz a busca pela "cor do som". Tudo começa na boa percepção das fontes sonoras (os microfones e instrumentos musicais), entendendo qual o "espectro" que estas fontes atingem, e trabalhando com as vantagens e limitações destes equipamentos. Existem alguns equipamentos caríssimos para estúdios, como compressores, pré-amplificadores e outros racks de efeitos que interferem na "cor do som".

Todos estes equipamentos podem ser encontrados em forma de software livre e podem ser usados para trabalhar suas produções sonoras. Conheça os vários tipos de efeitos e compensações que podem ser utilizados neste tutorial:

Efeitos e Compressores


Masterização


Finalizada sua composição e mixagem da maneira que você buscava, ainda podemos considerar um processo final que pode ser chamado de "masterização".

A masterização é, na verdade, um "tapa final" na sua produção sonora. Em certos casos nem faz muito sentido falar de masterização, pois uma boa mixagem pode dispensar esta fase. Na prática, a masterização pode ser vista como uma "normalização" de uma obra.


Por exemplo, no caso de um álbum musical, onde se fecha um "pacote" com um número x de canções e tenta-se deixá-las com uma "pressão sonora" similar, baseado numa dinâmica em comum.

O termo masterização pode ser usado também no sentido de revisitar uma equalização de uma obra já mixada (quando não se tem acesso aos canais em separado), tentando dar os ajustes finais em algo que ainda não foi bem solucionado. Softwares interessantes para masterização e uma "polida" final nos timbres são Freqtweak e Jamin.



Softwares Relacionados


Última alteração: 05/07/2006 às 21:25, por: criscabello